Eu sei que Maggie Gallagher não é uma feminista e defende posições das quais definitivamente discordo, mas também sei que concordo com ela quando se refere ao sexo anal e, portanto, apesar das desconfianças, apresento a seguir a tradução de um texto seu em que reflete e opina sobre esta matéria. Reflexões deste tipo fazem sentido quando sabemos que cada vez mais somos enquadradas por uma cultura pornográfica que é o mais retumbante instrumento que nos nossos dias se encontra ao serviço do sexismo; e a pornografia é um instrumento particularmente perigoso porque camuflado de libertário.
As televisões main stream, que não estão nem um nadinha interessadas na emancipação das mulheres, bem pelo contrário, também nos oferecem curiosos programas sobre sexo, como vi recentemente na Globo em Amor e Sexo; o objectivo só pode ser o de enganar as papalvas ou parolas, ou paroquiais ou como queiram chamar-lhes. Num dos últimos programas a que assisti, alturas tantas, abordava-se o sexo anal e a apresentadora teve o desplante de afirmar que algumas mulheres têm preconceito contra a prática, como se esta, «tão moderna», fosse a coisa mais natural do mundo e apenas essas mulheres, mais atrasadas, precisassem de fazer uma revisão e um upgrade dos seus comportamentos sexuais. Um dos participantes, curiosamente um homem, ainda chamou a atenção para o fato de poder ser uma prática que não agrada a todas as mulheres, mas ficou-se nisso e não se adiantou mais.
Posto isto, aqui vem o texto e quem não concordar é favor apontar razões porque quando se apresentam argumentos credíveis e consistentes, falar em preconceito é um autêntico insulto à inteligência das pessoas:
“O sexo anal é uma resposta específica da nossa cultura saturada de pornografia, na qual os jovens vêem cada vez mais imagens de sexo anal com mulheres e pedem às suas namoradas para aceitarem essa prática sexual. As mulheres têm hoje menos poder sexual do que tinha a geração anterior. No que toca aos nossos costumes sexuais, os homens determinam a regra do jogo.
O sexo anal é doloroso, não é higiénico, é insatisfatório para as mulheres e cria riscos únicos de doenças físicas (se duvida, leia a entrada para este tópico na Wikipedia) porque o ânus não é apropriado para a relação sexual, aumentando o risco de feridas e a mistura de fluidos corporais – sangue, sémen, matéria fecal – que podem disseminar uma extraordinária variedade de doenças. Com esta prática o risco para a mulher é muito maior do que para o homem. Este devia ser um tópico a preocupar as feministas.”
Também acho, este devia ser um tópico a preocupar as feministas, afinal se já têm a fama de desmancha-prazeres ao menos deviam ter também o proveito.
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