Sexualidade feminina – da ficção à realidade
Tanto a sexualidade feminina quanto a masculina são socialmente construídas; do modo como são construídas, decorre, por um lado, a objetificação das mulheres e, por outro, a conexão entre sexo e violência, porque, como os homens sempre se encontraram em situação de poder eles ‘puderam’ definir a sexualidade e considerar que a dominância é equivalente de masculinidade e a submissão de feminilidade. Nesse contexto, as mulheres adquirem o estatuto de objectos a serem dominados e controlados pelos homens e, se são objetos, então a violência que sobre elas se exerce deixa de ser entendida como violência e está legitimada. Entender a sexualidade em termos de domínio/submissão garante, obviamente, o poder masculino.
A pornografia também dá uma ajuda, contribuindo de forma decisiva para reforçar estes papéis sexuais, com a agravante de revelar como as mulheres se sentem deliciadas por se enquadrarem neles, pois mostra-as a aderirem a todas as espécies de violência e de abuso, sem resistirem e sentindo-se mesmo agradadas, apesar da humilhação e degradação que têm de suportar. Tudo isto é erotizado: é mostrado como sexy e como prazeroso para as mulheres. Ao assistirem à pornografia os homens ‘aprendem’ que é aquilo de que as mulheres gostam e é aquilo que merecem e os desejos das mulheres também são manipulados para que respondam ao que delas se espera.
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